Quem somos nós pra te ensinar a dançar forró?

João da Silva

PROFESSORES

Aurélio e Neiliane

Transformamos pernas de pau em forrozeiros Classe A. Dedicamos a nossa vida em tornar a dança possível para aquelas pessoas que à consideram impossível.
A dança está presente em todos os lugares na natureza. Tudo que está vivo se move e se expressa. Desde o frenético bater de asas de um beija-flor ao sutil movimento das flores desabrochando. E assim como é natural respirar é natural dançar.

Se pararmos por um momento para observar a raça humana, veremos que todos os povos e culturas dançam. O Rei Davi dançava após as batalhas para celebrar as vitórias. O Rei Luiz XV declarou que não era nobre quem não sabia dançar. Povos africanos, mesmo em meio a tanta pobreza, dançam e manifestam felicidade, pois a felicidade não está no que temos e sim em que somos.

Dançar é uma forma intensa de expressar que estamos vivos e manifestar a nossa essência.

Se a vida é movimento, dançar é manifestar a vida que há em nós. É uma forma de autoconhecimento, de expressar o amor próprio, o autocuidado e a nossa humanidade.

Mas se dançar é natural, porque então algumas pessoas "não sabem" ou "não conseguem" dançar?

A resposta é simples! Porque fomos bloqueados e privados de nos expressar. Bloqueados por outras pessoas, por circunstâncias, por crenças, por vergonha ou simplesmente por nós mesmos.

Quer um exemplo simples?

Um pai que ver o filho de 5 anos dançar e se expressar livremente e diz para ele, em tom autoritário: "Filho… dançar é coisa de menina! NÃO FAÇA MAIS ISSO!" Naquele momento é criado um bloqueio, pois o filho tem o pai como a maior referência, se mostrando desapontado ao vê-lo se expressar. Na mente da criança só o que ela entende é: me expressar faz meu pai deixar de me amar e ficar irado comigo, pois isso o envergonha.

Outro exemplo: Uma menina dança livremente e se expressa à sua maneira ao escutar uma música. Um grupo de adultos que está a sua volta ri da forma natural da menina se expressar.

Acontece que a criança está numa fase importante de desenvolvimento da coordenação motora e inteligência motora e naturalmente a forma dela se expressar, à primeira vista, parece descoordenada. Ao invés do grupo de adultos que a observam estimulá-la e incentivá-la a continuar se autodescobrindo, eles riem e fazem piadas da forma dela de se expressar. Com isso a criança se sente feia, ridícula e motivo de chacota quando se expressa de maneira natural.

Eis então que o bloqueio é instalado e a menina passa a associar a expressão da dança à vergonha, a chacota e futuramente na crença de que "não foi feita para dançar."

Dançar é uma forma prática de acessar as próprias emoções, se autoconhecer, que melhora a autoestima, e que exercita a felicidade genuína. Pois a felicidade está nas experiências e não nas coisas. Coisas produzem momentos de alegria. Fazer coisas e estar com pessoas resulta em uma existência feliz.

Ninguém deveria ser privado de se expressar livremente através da dança e se autoconhecer, mas infelizmente somos, e passamos a acreditar na mentira de que não formos feitos pra dançar.

Então, o que fazemos no Dançando e Aprendendo?

Dançando e Aprendendo são dois verbos que estão conjugados no gerúndio e expressam movimento e experiência. A única certeza da vida é o movimento ininterrupto de mudança. Tudo que está parado definha. Até o pneu do carro que está parado seca mais rápido do que o do carro que está todos os dias em movimento.

Então a expressão "dançando" quer dizer, se expressando, vivendo, focando em experiências, se autoconhecendo, exercitando a felicidade de maneira prática. Já a expressão "aprendendo" indica evoluindo, melhorando, aprimorando a partir da experiência. Na experiência não existe certo ou errado, só existe a experiência e a melhoria contínua a partir dela. Ou seja, eu faço para melhorar e não melhoro para fazer.

Basicamente, no Dançando e Aprendendo nós ajudamos pessoas a destravar a expressão da dança que há nelas, dominar o forró e então conseguirem dançar de forma natural e autêntica de modo que se sintam mais confiantes.

E por meio do aprendizado prático da dança e através da experiência empírica de dançar que ajudamos pessoas a exercitarem a felicidade, o amor próprio e ao próximo, e com isso evoluírem como indivíduos e como seres humanos.

Fazemos isso através da internet de modo que as pessoas possam descobrir e experienciar a dança na segurança e no conforto de suas próprias casas, se sentindo seguras para errar, testar e evoluir sem a pressão de pessoas olhando. Assim, os alunos e alunas, têm ao fazer as aulas em casa, a oportunidade de se expor somente quando se sentirem seguras e confiantes a ponto de não se importarem com pessoas olhando.

É isso que fazemos. Deixamos o mundo mais feliz tornando as pessoas mais felizes e seguras de si através do "simples" aprendizado da dança.

Ainda que não se possa tangibilizar o que a prática da dança produz em seu praticante, sabemos que a dança transforma aqueles que a praticam, em pessoas inteiras que aprendem a se amar mais e a transbordar amor e felicidade em tudo aquilo que elas fazem e em todos aqueles que elas se aproximam.

Quando Jesus comia na casa de Levi (um cobrador de impostos) e com ele também estavam outros cobradores de impostos (pessoas mal vistas na época) algumas pessoas que seguiam os fariseus (os mestres da Lei) perguntaram aos discípulos de Jesus: Por que ele bebe e come com essa gente?

Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei:

Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons.
Marcos 2-17

Tomo a liberdade de me inspirar nessa passagem da Bíblia e dizer para quem viemos ensinar.

Aqueles que já sabem dançar, se divertem e não tem mais o que aprender, não precisam de aulas, pois já sabem de tudo. Viemos para ajudar os que não sabem dançar, os que têm dificuldade e aqueles que acreditam que não levam jeito pra dança.

Nosso propósito é ajudar pernas de pau a se tornarem forrozeiros e forrozeiras classe A.

Aqueles que já dançam bem não precisam de nós.

Isso é o que fazemos. Isso é quem somos.
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